Rodovia e expansão urbana ameaçam a comunidade quilombola Abacatal, no Pará



Ananindeua (PA) – No século 18, um caminho formado por pequenas pedras sobre a terra impedia que o Conde Coma de Melo sujasse os pés ao ir do igarapé Uriboquinha à residência de sua propriedade, hoje situada na zona rural do município de Ananindeua, região metropolitana de Belém (PA). As terras do nobre português, contudo, não foram transmitidas aos seus descendentes. Conde Coma teve três filhas, todas com Olímpia, uma de suas escravas. E os descendentes delas é que herdaram as terras da hoje Comunidade Remanescente de Quilombo do Abacatal. Composta por 121 famílias, a comunidade agora trava uma batalha para retirar as pedras de seu próprio caminho: escapar ao cerco do crescimento urbano e de projetos de desenvolvimento, como rodovias e conjuntos habitacionais, que podem impactar diretamente a vida dos moradores. 

“Já lutamos muito por essa terra”, diz Raimundo Cardoso. “Teve uma briga enorme, quase fui morto por causa dessa terra. De 1985 a 1999, fui para a lista da morte”, conta o agricultor, sentado ao lado do canteiro de obras de sua nova residência. “Pistoleiro veio aqui, tive que sair, passei um ano escondido.”


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