Por: Assistente Social, Mestre em História e Escritor Leandro Gomes- NOTA DE REPÚDIO Contra a atitude da vereadora Mariza Almeida, Redenção/PA
Eu, Leandro Gomes, umbandista e residente em Redenção/PA, venho a público manifestar veemente repúdio ao vídeo gravado e divulgado pela vereadora Mariza Almeida, no qual utiliza uma galinha preta e uma vela vermelha para fazer referência irônica ao atendimento no SUS de Redenção.
A gravação, além de desrespeitosa, reforça estigmas históricos e racistas associados às Religiões de Matriz Africana, contribuindo para confundir os usuários dos serviços públicos de saúde e para perpetuar preconceitos que há anos combatemos.
Símbolos sagrados utilizados no vídeo fazem parte de rituais e práticas legítimas das tradições afro-brasileiras, reconhecidas pela Constituição Federal, pela Lei 7.716/89 (Lei do Racismo) e pelo Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010), que asseguram liberdade religiosa e proteção contra qualquer forma de discriminação.
Atitudes dessa natureza não podem ser naturalizadas, especialmente quando partem de uma representante do poder público, que deveria zelar pelo respeito, pela pluralidade religiosa e pelo combate à intolerância.
Diante disso, conclamo as autoridades competentes, instituições de direitos humanos e a sociedade civil a adotarem as medidas necessárias para a apuração do caso, garantindo que episódios como este não se repitam e que o respeito às Religiões de Matriz Africana seja efetivamente preservado em Redenção.
Pelo respeito, pela diversidade e pela dignidade religiosa de nosso povo.
Leandro Gomes
Umbandista – Redenção/PA
________________________________________________________________________NOTA
Outras manifestçaões da Socieade diante do discurso peconceituoso
Venho, por meio desta, manifestar profundo repúdio à atitude da vereadora Mariza Almeida, que, em ato público, apareceu portando uma galinha preta debaixo do braço e uma vela vermelha na mão, fazendo alusão ao atendimento no SUS, como se estivesse ridicularizando práticas religiosas de matriz africana e, ao mesmo tempo, desinformando a população sobre regras do sistema de saúde.
A cena, além de completamente inadequada ao decoro parlamentar, representa um grave retrocesso na luta contra a intolerância religiosa no Brasil, especialmente contra povos de terreiro, que historicamente sofrem discriminação, estigmatização e ataques simbólicos em espaços públicos.
É inaceitável que uma representante do povo:
— Use símbolos religiosos para zombaria, reforçando estereótipos racistas e demonizadores;
— Confunda e desinforme a população, atribuindo ao SUS práticas que não condizem com sua realidade;
— Desrespeite a liberdade religiosa, garantida pelo art. 5º, VI da Constituição Federal;
— Utilize sua função pública para promover divisões, chacotas e preconceitos.
O SUS é um sistema pautado por princípios de universalidade, integralidade e respeito à diversidade cultural, reconhecendo e valorizando saberes populares, práticas integrativas e a pluralidade espiritual existente no país. Ridicularizar símbolos religiosos para fazer política não apenas deseduca, como viola a dignidade de milhões de brasileiros que professam religiões de matriz africana.
Exigimos que a vereadora reflita urgentemente sobre suas atitudes, reconheça o erro e se comprometa publicamente com o respeito à pluralidade religiosa e ao SUS, pilares de uma sociedade democrática e inclusiva.
Respeito não é favor.
Respeito é princípio democrático básico, algo que, ao que parece, a vereadora ainda precisa aprender.
Milton Maximo Oliveira Silva
Candomblézista / Redenção PA


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