Assistentes Sociais Clínicos Brasileiros- Mensagem de apoio do Professor William S. Meyer , membro do comitê executivo da AAPCSW dos EUA(www.aapcsw.org).

artwork: Chair and Couch


Treaduzido para o Português 
Queridos Assistentes Sociais Clínicos Brasileiros,

Eu escrevo para expressar o meu desânimo e incredulidade com a notícia de que o CFESS não consideraria , a formação clínica, a prática clínica, nem a psicoterapia como parte de serviço social. Será que entendi mal a tradução do português para o inglês? Eu só posso esperar que tenha sido assim..
Como você sabe, trabalho em um dos pioneiros centros médicos do mundo (Centro Médico da Duke University) e nós temos 50 assistentes sociais trabalhando plenamente com a pessoa , nós oferecemos formação clínica para mais de 30 estudantes de serviço social a cada ano. Nós não só temos pacientes do mundo inteiro que vêm em busca dos nossos cuidados, mas nós também oferecemos os nossos cuidados para todos os pacientes pobres da região, e há muitas pessoas pobres em nossa área.
Eu pessoalmente trabalho com mulheres pobres com gravidez de alto-risco e eu tenho três estudantes de serviço social que trabalham diretamente comigo.
Insistimos que todos os nossos assistentes sociais e nossos estudantes recebem treinamento clínico extenso.
Para você ter uma idéia, na nossa rotina clínica nós atendemos 40 mulheres grávidas por dia, nós devemos lidar com todos os problemas associados com pobreza: falta de moradia, fome, violência doméstica, abuso de substâncias, tensão de família, parto de natimorto, HIV, depressão, e daí por diante...
Como seria possível na face da terra nós assistentes sociais oferecermos os nossos cuidados a tal população se não tivéssemos os conhecimentos obtidos através de uma formação clínica extensa? Eu lhe digo que seria impossível oferecer um trabalho de qualidade, na melhor das hipóteses um trabalho improvisado e superficial.
Alguns de nós assistentes sociais também temos consultório particular, nós atendemos com psicoterapia para as pessoas que têm seguro de saúde.
Nos assistentes sociais dos EUA oferecemos cuidados de saúde mental mais do que que qualquer outra profissão. Isto nos ajuda a complementar a nossa renda e eleva o status da profissão.
Lembro-me do tempo quando um assistente social queria oferecer atendimento e cuidado em saúde mental ele teria que ser empregado de psiquiatras ou de psicólogos. Os assistentes sociais sentiam-se como se fossem subalternos dos outros profissionais e nos sentíamos como cidadãos de segunda classe.
Agora, temos igualdade com outras profissões, podemos usar a nossa posição para servir e trabalhar pelas pessoas.
Ensinamos aos psiquiatras e psicólogos que nos procuram como a pobreza, abuso de criança, o racismo afetam a saúde mental de um indivíduo.
Ensino a cada semana dois grupos de residentes de psiquiatria da nossa Universidade.
Os assistentes sociais americanos se empenharam com muita luta para enfrentar a imposição para limites de atuação.
Nós assistentes sociais agora vemos que todos os nossos esforços são necessários em todas as áreas, que todos devemos encontrar uma maneira para trabalharmos juntos.
Se a profissão de Serviço Social não pode ser inclusiva, então que profissão poderia ser? 
A profissão de serviço social deve oferecer "uma tenda grande", que possa acomodar todos nós que desejamos aliviar sofrimento de ser humano. 
Por favor, deixe-me saber se posso oferecer alguma ajuda ou fornecer informações adicionais.
Sinceramente,
William S. Meyer, MSW, BCD
Department of Social Work
Associate Clinical Professor
Departments of Psychiatry and Ob/Gyn
Box 3812
Duke University Medical Center
Durham, NC 27710
william.meyer@duke.edu

Colaboração na divulgação: Psicanalista,Assistente Social em Saúde Mental.
Psychoanalyst,Clinical Social Worker.
Brasil.

Fonte: https://www.aapcsw.org/

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