Livro traz histórias das vítimas dos grandes eventos no Rio

Rita foi pressionada a trocar sua horta na Colônia Juliano Moreira por uma casa condenada pela Defesa Civil

“Foram retirando as minhas coisas, arrastando pelo meio da rua, passando [com máquina de demolição] em cima da horta, quebrando tudo, arrastando geladeira, fogão e foram avançando, jogaram a máquina no galinheiro, onde 60 galinhas foram embora, salvamos umas, outras não, e eu fiquei no meio daquilo tudo. Ninguém me dava ouvidos. Só falavam: – a senhora tem que sair, acabou o prazo. Foi um choque muito grande. Eu nunca bebi, mas o que eu senti, foi como se eu tivesse misturado todas as bebidas fortes do mundo. Não conseguia ficar em pé”.
Feito ainda sob lágrimas, o relato é de Rita Barbosa, 59, uma pequena agricultora, que morava na mesma casa onde produzia hortifrutigranjeiros e de onde foi despejada pela prefeitura, na zona oeste do Rio de Janeiro, em 2012. Faz parte do livro Atingidas, lançado na última semana, pelo Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs). A publicação traz a história de lideranças comunitárias impactadas por obras associadas a grandes eventos, que começaram nos Jogos Pan-Americanos, em 2007, passaram pela Copa do Mundo, em 2014, e se estenderam até a Olimpíada.
O despejo de Rita fez parte de uma leva de remoções, de cerca de 4 mil famílias, em um período de dez anos, segundo o Comitê Popular da Copa e da Olimpíada da cidade.

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Fonte: Agência Brasil



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