Primeiro-damismo, voluntariado e a felicidade da burguesia brasileira!
O anúncio da primeira-dama como embaixadora voluntária do Programa
Criança Feliz pelo governo ilegítimo, na quarta-feira (5/10), resgata
com força elementos históricos que, neste momento, fortalecem ondas
conservadoras que atingem visceralmente a classe trabalhadora: a negação
do direito social, a desprofissionalização das políticas sociais e a
condição subalterna da mulher.
O primeiro significado deste ato consiste no deslocamento do direito
social para uma ode à filantropia, ao voluntariado e à solidariedade
indiferenciada. Busca-se fortalecer o reino das virtudes como diretriz
central no atendimento às necessidades da classe trabalhadora dentro da
“ordem e progresso” em diferentes políticas sociais, tais como
assistência social, saúde, educação. Busca-se, equivocada e
propositadamente, desmontar o Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
e deslocar a assistência social, tardiamente reconhecida como direito
social, para o campo do clientelismo, do assistencialismo, da
solidariedade mecânica e, portanto, do não direito.
O segundo corresponde à opção escancarada da desprofissionalização das
políticas sociais. Historicamente, tem sido evidenciado que a chamada boa vontade
é não apenas insuficiente para intervir no conjunto de desigualdades de
classe, gênero, raça, entre outras, mas, sobretudo, um elemento
estratégico no campo conservador dirigido ao disciplinamento da força de
trabalho e o arrefecimento de sua rebeldia. Conceber e implementar
direitos sociais exige trabalhadores/as qualificados/as e com condições
adequadas de trabalho! E nós, assistentes sociais, somos parte desses/as
importantes trabalhadores/as da assistência.
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